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Como foi criado
o símbolo do Patafufo?
Conheça a história da criação do pato que representa o clube
Após anos sendo utilizado
como o símbolo principal do
Patafufo, a história da criação
do Pato é contada mostrando
onde o seu criador José Moreira
se inspirou.
Criada em 1974, 10 anos
após a criação do clube, a ima-
gem do pato sempre foi tida
como inspiração ao lendário
Pato Fofo, apelido dado ao por-
tuguês Manuel Batista, tido
como o fundador de Pará de
Minas.
Vendo a necessidade de
criar um símbolo que retratasse
o Patafufo, sua diretoria procu-
rou o então projetista e associa-
do assíduo do clube José Morei-
ra Mendonça.
A história é contada por
Nair Mendes Mendonça Diniz,
filha de José Moreira, que lem-
bra com saudade aqueles pri-
meiros anos do clube, o qual
frequentava com a família. “O
clube havia acabado de ser fun-
dado, éramos poucos frequen-
tadores. Não havia muros, nem
a sede. Somente a piscininha e
o bar. Tinha tambémumcampo
de vôlei de areia e dois campos
de futebol. Este foi o pano de
fundo da minha infância e dos
meus primos”, relembra.
Segundo Nair, a criação da
logomarca foi muito bem pen-
sada. “Foi em uma tarde de
junho, depois do famoso “ran-
ca”, como era conhecido o fu-
tebol dos homens. Doutor Mo-
rel Mendonça Meireles expôs
numa rodinha entre eles, que
havia a necessidade do clube
ter uma marca. Logo pediram
ao meu pai, por ser projetista.
Me lembro, de meu pai chegar
do trabalho e ir direto para a
prancheta. Fui assistindo a mão
dele deslizar sobre o papel ve-
getal, com sua caneta nanquim,
e claro, teve como inspiração
José Moreira,
projetista do logotipo
A marca do clube desde
1974
a história do suposto primeiro
morador de Pará de Minas. Sua
maior preocupação foi em tor-
no da espécie de pato por ser
a única que nada, voa, anda e
corre, alémde andar sempre em
bandos. Era justamente o que
queriam naquele tempo, dar
um novo ar ao clube. Como era
a época da ditadura tudo tinha
que ser muito sutil e o pato foi
retratado com bastão, cartola,
smoking, e uma polaina que
remetem à aristocracia ingle-
sa, e passando a ideia de que
queriam se libertar. Não usava
botas, descalço sugeria novos
tempos e uma liberdade camu-
flada com estes símbolos que
sugerem a realeza porque senão
seria vetado pela ditadura”, re-
vela.
Nair acrescenta. “Oquemais
me encanta, é que cresci no clu-
be, hoje já sou avó de 4 netos, e
o pato parece tão jovem, como
se tivesse sido criado agora.
Muita gente não sabe de sua
história, mas uma criança de 9
anos atenta às palavras do pai
e ao que estava acontecendo,
ficou muito marcada e tenho
muito orgulho disso. Todas as
vezes que passávamos perto
da figura do pato, meu pai dizia
que achava que ia morrer sem
contar que era uma criação dele.
No mesmo instante eu pensava:
Não, eu vou contar. Vou ter esta
oportunidade um dia”, finaliza.
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